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Uma experiência real – A boneca de nariz quebrado

Para que serve um objeto antigo? Conheçam uma experiência real

Uma experiência real – A boneca de nariz quebrado

Quem estuda e pratica Magia, conhece bem o significado da palavra ‘energia’. Nós lidamos com isso 24 horas por dia e em tudo que tocamos, ela existe e está circulando (ao menos deveriam estar).

Quando falamos de objetos antigos, logo pensamos: A quem pertenceu? Qual será a história? E isso é algo com o que nós deveríamos lidar com naturalidade, afinal buscamos estes contatos, estas conexões sobrenaturais.

Como a maioria dos nossos leitores sabem, nós temos um antiquário em Além de Salém, onde a finalidade é apresentar aos praticantes de ocultismo novas possibilidades. Encontrar estes artigos é sempre algo desafiador, conhecer suas histórias e sentir suas marcas, como a expressão real do sentido ‘túnel do tempo’.

Garimpando peças e boas histórias

Boa parte do nosso acervo é ‘descoberto’ em nossas viagens, muitas vezes itens comprados diretamente de famílias que podem nos contar um pouco mais sobre cada uma delas. É imprescindível ter um bloco de anotações e uma caneta sempre em mãos, pois cada detalhe é precioso em momentos assim.

Quem possui sensibilidade aguçada, logo pode sentir a energia destas peças, pode constatar a veracidade dos fatos contados e buscar compreender o porque da ‘movimentação’.  As vezes são manifestações de angustia, mas na maioria das vezes são energias ‘impressas’ dos momentos vividos (minhas favoritas). É possível ‘estar’ num casamento dos anos 20, um chá nos anos 50 e até mesmo o nascimento de uma criança. Isto não é incrível?

Limpar estas energias de objetos antigos ou não?

Em Além de Salém parte dos objetos são limpos afim de não interferirem nas práticas do ocultista. Outros como espelhos, punhais, candelabros por exemplo, são solicitados ao cliente uma posição quanto limpa-los ou não, pois muitos deles querem e precisam ter estas experiências.

A boneca de nariz quebrado – O início de tudo

Escrevendo este artigo, é impossível não lembrar como tudo isso começou em minha vida. Recordo então, de uma bonequinha anos 20, encontrada numa lojinha peculiar na Alemanha. Era um bebê, tinha o nariz quebrado e a roupa amarelada também estava muito desgastada pelo tempo. O interessante é que naquela época dificilmente algo neste estado me atraia de imediato.

Tirei a boneca da prateleira, e quando toquei senti um arrepio que percorreu toda minha coluna. Logo vi que ali tinha uma história mais que interessante para ser conhecida. O proprietário da loja, um senhor carismático já de idade, me relatou que a história que sabe sobre ela, é que fora encontrada dentro de uma mala soterrada em escombros após a segunda guerra mundial. O senhor falou ainda que dentro da tal mala haviam fotografias, roupas e 1 par de sapatos de criança.

Ilustração by Alluh Amom – Além de Salém

Perguntei como ele havia adquirido estes objetos, e ele afirmou que era algo comum entre famílias que possuíam ‘relíquias’ de guerra, mas que com o passar do tempo, doavam ou vendiam.

Ele me pediu alguns minutos e logo foi buscar uma caixinha de metal, e dentro algumas fotografias. Quando ele me mostrou uma imagem, a sensação foi a mesma de quando toquei a boneca. Atrás da imagem tinha o nome Judith. Por questões morais e talvez políticas daquele país, não pude comprar a fotografia, mas levei comigo aquela bonequinha.

Eu confesso que apesar de todo sentimento envolvido naquele momento, eu duvidei bastante da história, mas ela por si só já valia como experiência, então não me preocupei se o relato foi ou não verídico.

Eles sempre encontram uma forma de contato

Coloquei a boneca no criado mudo ao lado de minha cama, e sentia uma angústia muito grande quando a observada, e comecei a ter a sensação de que algo viria a acontecer.

Nos primeiros dias, por causa da minha ansiedade, eu não consegui nenhuma manifestação que pudesse me fornecer alguma informação/experiência, mas após algumas semanas comecei a ter sonhos vívidos.

Eram sonhos no qual eu poderia sentir, ouvir, ver com clareza e assumir o comando do meu raciocínio. Lembro como se fosse algo recente, uma menininha com cabelo com cachinhos loiros, olhos azuis, aparentando no máximo 7 anos de idade. Ela me tomou pela mão e caminhamos por uma casa grande, alegre com muitas crianças e fartura na mesa. Na medida em que fomos caminhando, o cenário foi mudando, eu podia ouvir barulho de explosões, cheiro de fumaça muito forte, ardência nos olhos e uma névoa estranha por todos os lados. Era possível escutar gritos, choro e palavras de ódio a todo tempo. Eu logo imaginei que estava revivendo momentos vividos por aquela criança durante a segunda guerra mundial.

O mais estranho era que ela apenas expressava seus sentimentos através do olhar, pois nada havia sido dito. Na primeira noite acordei assustada, levantei, bebi um copo de água e pensei muito sobre aquilo tudo, mas não cheguei à conclusão alguma… afinal, qual seria a mensagem daquela garotinha? Será que houve uma falha no meu senso de percepção?

Passados mais alguns dias, veio mais um contato, desta vez muito mais impactante. Aquela menina tão serena, agora tinha uma expressão de horror nos olhos. Ela me levou até um quarto, mostrou duas outras crianças, meninos muito pequenos que pareciam estar em seus berços já sem vida. Num outro momento, estávamos num lugar escuro, sem ventilação, gelado e sem janelas, o que me lembrava muito o porão das casas mais antigas na região de Colônia, onde passei algum tempo. Neste lugar haviam adultos, todos sentados numa mesa com as cabeças debruçadas. Penso que haviam corpos no chão, pois eu tinha essa impressão a todo instante.

O tempo é imprescindível para a compreensão

Mais uma vez eu acordei sem compreender qual seria a mensagem, pois tudo que existia sobre a segunda guerra mundial já havia sido contado, eu definitivamente não compreendia o motivo de estar revivendo uma angústia que não havia de fato vivido (sei que parece confuso, e era naquela época).

Ilustração by Alluh Amom – Além de Salém

Eu estava ansiosa e o terceiro contato demorou muito a acontecer (dois meses para ser mais precisa). Era início de verão, a noite estava muito quente, e nos fundos da casa tínhamos a bela visão de uma plantação de canola. Coloquei a cadeira lá fora e fiquei observando o céu, quando perdi os sentidos físicos e passei para um ouro plano. Eis quem estava mais uma vez a me guiar era a garotinha que por meses me deixou muito intrigada. Agora andávamos nos arredores da Alemanha atual, mais precisamente em uma vila de Bonn. Passamos por lugares que eu já havia ido comprar morangos e aspargos, pois naquela região haviam muitos agricultores. Paramos por um instante quando a criança me apontou um local, na verdade havia uma ruina de muro, que não dava para saber ao certo se foi destruído pela guerra ou era uma construção antiga inacabada. Naquele momento tomei um dos maiores sustos da minha existência, quando vi uma mala cinza ao lado do corpo daquela criança de bruços sem vida. Acordei as 3:00 da manhã e não dormi mais nada naquela noite.

Eu busquei informações nos dias seguintes, mas o máximo que encontrei ali foi um monumento a soldados mortos na segunda guerra a quase 1 km do lugar apontado.

Mas aquilo tudo não havia acontecido por acaso, e então pensei que eu poderia fazer algo por aquele espírito, e foi então que tive a ideia de levar a boneca, algumas flores, uma vela réchaud (a que tinha em casa) dentro de um copo e um cartão amarelo com seu suposto nome ‘Judith’. No cartão expressei gratidão e o desejo de paz aquele ser:

“Gratidão a ti Judith, o meu desejo é que os deuses te amparem, que seus mentores a tomem pelas mãos como você me tomou, que a conduza, como você me conduziu, e que a faça se sentir segura e amada para todo sempre, que assim seja”.

O que escrevi no cartão

Missão cumprida?

Fui para casa com a sensação de dever cumprido. Não olhei para trás, pois queria que ela seguisse em frente.

Após este dia, não tive outros sonhos com a menina, mas me lembrava dela com carinho ao passar por aquela região.

Foi a partir daí que minha paixão por objetos antigos começou.

Além de Salém

Além de Salém me proporcionou este prazer, algo que posso dividir com nossos leitores e clientes.

Experiências que nunca são ‘sem sentido’, pois acredito que tudo acontece por uma razão.

Imagem Além de Salém Antiquário

Perdi as contas de quantos momentos preciosos eu já tive com objetos que chegavam, e o quanto isso me auxiliou no processo de aprendizado.

Algumas pessoas me questionam qual é a razão de adquirir um objeto antigo, por qual motivo alguém utilizaria em seu altar algo que pertenceu a outras pessoas, e eu então respondo: Porque estas energias precisam de nosso conhecimento e nós de sua sabedoria. É uma troca constante, é o exercício da espiritualidade, o circular da Magia em nossas veias, é a liberdade de ousar, de viver e de praticar aquilo em que acreditamos todos os dias.

Considerações finais

Para quem busca conexões com objetos antigos, é necessário senti-los, estabelecer uma conexão com suas impressões.

Um objeto antigo não é o mesmo que um objeto amaldiçoado, ou consagrado para agir com propósito destrutivo, então também é importante saber reconhece-lo e adquiri-los com segurança no sexto sentido ou na procedência do fornecedor.  

Além de Salém tem o comprometimento de proporcionar experiências, levar conhecimento junto à pratica e instigar o praticante a extrair o máximo que puder de si mesmo, pois este é o caminho do autoconhecimento e evolução espiritual.

O fato contado aconteceu no ano de 2006, quando passei uma temporada na Alemanha. E me fez compreender que podemos ser úteis não apenas no plano físico, mas também no plano espiritual.

Bênçãos e luz E.M – Além de Salém

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